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quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Quem sou eu! Raiz religiosa.

Babalorixá Daniel de Oxum


Nascido em São Paulo/SP, no Bairro do Limão, trago ancestrais por parte de mãe e pai carnal, dentro do Batuque RS, do Candomblé, da Umbanda e da Quimbanda (SP e RS). Trago as religiões de matriz africanas desde minha infância, aliás, em “meu sangue” propriamente dito. Meu pai carnal morava em São Paulo/SP, filho nato de Ogum, foi criado por sua avó, uma Yalorixá oriunda do período escravista no Brasil. Nunca vou me esquecer, ao ver aquela senhora negra pela primeira e única vez, minha bisavó, aos meus aproximados 04-05 anos de idade, meados dos anos 1988/89, sentada em uma cadeira de balanço. Era o mesmo que olhar fielmente para cópia de uma imagem (gesso) de uma Preta Velha da Umbanda, desde o detalhe do lenço na cabeça, até o guarda-pó na cintura (vestimentas antigas, de época). Ficou marcado em minha memória, ali tive a honra de ver o próprio “DNA” dos descendentes africanos, que correm em minhas veias! Lembro também que ela tinha vitiligo, e infelizmente nem eu e nem minha mãe lembramos ao exato seu nome, devido não obter aproximação e criação por parte de meu pai, foram apenas raros momentos.

Minha bisavó tinha seu próprio terreiro, era Cacique de Umbanda/Kimbanda e Yalorixá de Candomblé, não sabendo especificar ao certo qual nação ela pertencia. Meu pai carnal era muito devoto e fiel a minha bisavó e suas crenças de matriz africanas, e possuía obrigações (religiosas) junto dela. Sendo à primeira religiosa que avisara meus pais de que eu viria com uma missão divina religiosa dentro dos cultos de matriz africana, ainda quando eu estava no ventre de minha mãe. O crédulo de meu pai era de tão grande, que em homenagem a Cosme e Damião, se expirou em meu nome, Daniel. Que na verdade deveria ser “Damiel”, com “m”, por Cosme e Damião! Porém naquela época, 1984, os cartórios não autorizaram a inserção deste, sendo colocado por minha mãe à fonética mais próxima, o nome Daniel!


Da parte de minha mãe, sua avó, ou seja, minha bisavó, também foi uma Yalorixá, Vergilina do Oxalá (Batuque/Umbanda/Quimbanda). Minha mãe carnal, mesmo com toda essa influência ancestral era mais ligada como adepta e cliente. Frequentou em São Paulo, por um longo período, o barracão do Babalorixá Wanderlei de Oxóssi, do Candomblé Ketu, que ficava próximo da extinta Rede Manchete, na Casa Verde. Muito fomos em seus festejos e fazíamos alguns ritos/ebós. Onde pela segunda vez foi avisada de que eu teria vindo destinado a cumprir uma missão espiritual. Sendo este momento meu primeiro contato com a cultura de uma religião de matriz africana, o Candomblé Ketu, e lembro que fiquei fascinado com toda aquela cultura e energia.


Ainda criança, viemos morar em definitivo em Porto Alegre/RS, inicialmente próximo a divisa do Morro da Cruz, na Primeiro de Setembro (Santa Maria). Uma região "polo" de grandes nomes do Batuque! Marco onde se dava o início de toda minha grande jornada espiritual, que através de meu tio-avó Jair (Babalorixá Jair do Bará/Exú Lodê) fiz minhas primeiras iniciações dentro das religiões de matriz africanas. Dentro do Batuque da nação Jêje-Ijexá, na Umbanda e na Kimbanda. Onde pela terceira vez foi revelado a minha missão espiritual, através dos búzios (Ifá). Comecei com uma obrigação de amací, e junto dos Orixás já participava dos ritos e cumpria com minhas responsabilidades, inclusive junto do culto aos Eguns (Balé/Igbalé). Que por sinal, desde muito novo, eu já enxergava e sentia a presença de espíritos. A Kimbanda de Pai Jair era feita com ocutás/otás e suas respectivas ferramentas. Seus Exús se manifestavam sempre após a abertura, ou melhor, a “virada” da Umbanda para o povo de Exús, nunca antes. Os seus ritos tinham muitos traços antigos (“primórdios”), onde os Exús vinham (se manifestavam) provenientes da Umbanda, como uma forma de prestar trabalho e o descarrego, ao término. Sua Umbanda na base das ervas e bebidas, quartinhas, fitas e das pembas. Seguia uma linha bem espírita, onde líamos textos e ensinamentos (doutrinas) na abertura das sessões.

Na tradição Jêje-Ijexá de Pai Jair, os ritos eram bem similares as tradições do Ijexá, com algumas particularidades da nação Jêje. Seu Babalorixá foi Pai Idalino de Ogum Onira (Jêje-Ijexá), das bacias de Pai Paulino do Oxalá Efan (Ijexá) e do Babalorixá Custódio de Sakpatá Erupê (Jêje). Pai Jair passou por outros pais de santo no decorrer de sua caminhada, onde com certeza, agregou demais tradições aos seus ritos, não praticando em sua “originalidade” os ensinamentos provindos somente de Pai Idalino. Nomes como o do Babalorixá Mário do Pó e da Yalorixá Lilian do Bará Agelú, foram citados por ele. Onde Mãe Lilian do Bará, foi a Yalorixá que deu início ao assentamento de Bará Lodê. Mãe Lilian também teria sido mãe de santo de sua mãe carnal, minha bisavô (Vergilina de Oxalá). Pai Mário do Pó, foi um antigo e grande feiticeiro dominador dos ritos através dos “pós mágicos”, muito utilizado para danos (maldade), de onde provinha todo seu conhecimento sobre o assunto (pó/feitiço). Mas não me recordo das respectivas nações destes, pois Pai Jair, por sua vez, não comentava seguidamente sobre estes por menores mais "profundos" de seu passado, nem mesmo com suas companheiras e filhos.
Filho de Jairzinho do Bará Lodê (Jejê-Ijexá), neto de Pai Idalino do Ogum Onira (Idalino Moreira) (Jejê-Ijexá) e bisneto de Pai Paulino de Oxalá Efan (Ijexá). Assim se dá minha base ancestre.
      
Pai Idalino de Ogum, um dos mais afamados Babalorixás do Rio Grande do Sul, era filho de Dona Francelina de Xangô, que faleceu aos 125 anos de idade. Pai Idalino perdeu seu pai muito cedo e foi criado pelo Príncipe de Ajudá, Custódio Joaquim de Almeida. Pai Idalino começa sua trajetória religiosa sendo filho de santo de Príncipe Custódio de Sapaktá Erupê, da Nação Jêje. Com a morte de Custódio, ainda não tinha todos os axés, então vai ser filho de santo de Pai Paulino de Oxalá Efan, da Nação Ijexá.
      
Pai Paulino de Oxalá Efan foi iniciado e aprontado por duas ex-escravas oriundas da cidade de Ilexá na Nigéria, uma de nome Margarida que era filha de Oxalá e sua irmã Inácia. Pai Paulino foi considerado um dos maiores nomes da Nação de Ijexá no Sul do Pais.
      
Não menos importante, em meio minha estrada, uma longa caminhada na bacia da Nação Cabinda e no Candomblé de Caboclo, com Valter De Oxum (filho de Marlene de Obá / Oyó-Jejê, de Viamão), onde passei aproximadamente sete anos. Na verdade o culto da casa é Cabinda, mas a nação da bacia de Mãe Marlene era Oyó-Jejê. Algo no qual não tem relevância trazer maiores detalhes neste contexto, o intuito é apenas legitimar minha base religiosa. Acompanhei Valter desde de sua morada na Cristiano Fischer, provindo de Viamão, presenciando inclusive a chegada ("nascimento") de sua filha carnal (adotiva), no qual peguei no colo! Por fim, passando pelo seu atual endereço.
      
E em busca de maiores conhecimentos e aprofundamentos espirituais junto aos meus Orixás e Catiços, no ano de 2010 iniciei meus preceitos e feituras pela raiz do Candomblé de Kêtu e no Candomblé de Caboclos, no Axé Ogunjá, de Pai Paulinho de Ogum Xoroquê (filho de Pai Odeci de Logun Edé, Salvador/Bahia).

Fone/Whats:

51.989315.8480
dani.dsvp@gmail.com





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